sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

"QUEM É OUTRO"

Vamos estabelecer um ponto de partida: "o outro não um outro de mim!". Isto posto, nos livra da terrível ideia de que o outro tenha de ser extensão ou complemento de nós, pelo simples fato de ele não ser a gente. E o modo como eu me ponho diante dele, faz toda a diferença na relação estabelecida com ele. Se por acaso, minhas atitudes revelarem que "eu não aceito você do jeito que você é", então a relação se torna mais complicada porque em verdade, não aceitamos o ponto que a pessoa está em sua caminhada para a maturação. Esquecemo-nos de que também já estivemos ali e que alguém, com paciência, nos aceitou onde estávamos, e pudemos ser quem éramos e não ficamos com medo de sermos quem éramos naquele momento. O ser humano é um ser em processo e hoje somos a última edição de nós mesmos. Falar do outro é, em última instância, falar de nós, porque falamos da relação que queremos travar com o mundo que nos cerca e queremos conquistar nosso lugar ao sol. Também é assim com o outro. Da mesma forma que necessitamos um solo seguro para nos desenvolver, o outro também precisa. Igualmente a nós que precisamos da aceitação daqueles com quem convivemos, o outro precisa da nossa aceitação. E a pergunta que não quer calar não é "quem é o outro para você?", mas "como é visto e sentido o outro para você". Afinal, o "eu" se não for relacional, estreita-se e definha; no e com o outro, o "eu" se torna "nós". E como você tem estabelecido seus relacionamentos com o outro? Como é o grau de reciprocidade de aceitação para com aqueles que insistem em não ser extensão de você? Pense nisso. 

Fbandeira

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